PÍLULA ANTICONCEPCIONALPÍLULA DO DIA SEGUINTE E PÍLULA MASCULINA
A
primeira pílula anticoncepcional, Enovid-R, lançada no mercado em 1960, foi
descoberta por acaso. Interessados em descobrir um caminho para combater a
esterilidade feminina, os pesquisadores chegaram a uma fórmula com ação
contraceptiva (VARELLA, 2012).
As
primeiras lançadas no mercado continham altas doses de estrogênio e provocavam
efeitos colaterais indesejáveis, como aumento de peso, distúrbios vasculares e
dor nas mamas. A redução desse hormônio e do progestogênio nas fórmulas mais
modernas reduziu significativamente a ocorrência dos efeitos indesejáveis
(VARELLA, 2012).
FIGURA 1: CARTELA DE ANTICONCEPCIONAIS
FEMININA
Segundo
José Mendes Aldrighi (2012) a pílula pós-coital, a do dia seguinte, é a pílula
comum constituída por estrogênio e progestogênio, só que sua dosagem de
hormônio é um pouco maior (50 microgramas de estrogênio e 250 microgramas de
progestogênio).
FIGURA 2: CARTELA DA PILULA DO DIA
SEGUINTE CONTENDO DOIS COMPRIMIDOS
FONTE: http://www.sempretops.com/saude/pilula-do-dia-seguinte-preco-efeitos-marcas-aborto/
FIGURA 3: DOIS DIFERENTES MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
FONTE:
http://saude-joni.blogspot.com.br/2010/07/pilula-anticoncepcional.html
As
pílulas anticoncepcionais agem no organismo feminino inibindo a ovulação devido
à presença dos hormônios estrógeno e progestogênio (DALPICOLO,2012), e torna o muco cervical,
secreção eliminada pelo colo uterino, mais espesso dificultando a passagem dos
espermatozóides (PETTA, 2004). Além disso, altera o endométrio, modificando a
contratilidade das tubas interferindo no transporte ovular e altera a resposta
ovariana (FILHO,1997).
Pessoas
com problemas de trombose podem ter sua doença piorada pelo fato de a pílula
aumentar a coagulação do sangue. Também indivíduos que sofrem de doenças
cardiovasculares e com depressão. (MATTOS, 2012)
O
uso continuo das pílulas produz um pequeno aumento, porém significativo, na
pressão arterial que pode voltar ao normal com a suspensão do mesmo devido aos
hormônios presentes nas pílulas, mas não foi observado nenhum outro tipo de
alteração relacionado ao uso das pílulas. (Wannmacher, 2003).
Existe
também a pílula do dia seguinte que normalmente é indicada em casos em que o
preservativo rompe ou estupro, tendo o objetivo de afastar o risco de
engravidar (ALDRIGHI, 2012). Por conter doses muito altas de hormônios pode
desregular o ciclo menstrual e os períodos de fertilidade, com isso há uma
ocorrência maior de gravidez por falta de previsão do período fértil (Aldrighi,
2012).
Por
conter doses altas de hormônios pode ser considerada um método abortivo, pois
pode agir antes ou após o processo de fertilização impedindo que a gravidez se
instale (Aldrighi, 2012).
Por
liberar alta carga de hormônios no organismo (entre seis e 20 vezes a mais que
um comprimido de contraceptivo comum) tem vários efeitos. Se a mulher ainda não
ovulou, a pílula retarda a liberação de um novo óvulo. Se a ovulação já
ocorreu, ele acelera a descamação do endométrio (a camada que recobre o útero
para receber o óvulo fecundado e cuja descamação é a causa da menstruação).
Além
disso, a medicação também “engrossa” o muco vaginal – para dificultar a
passagem dos espermatozóides. (BERNARDI, 2008).
Até
então, não existe uma pílula anticoncepcional masculina em utilização. Cientistas da Universidade de Washington
descobriram um composto que interrompe a espermatogênese, processo que
desenvolve o espermatozóide (SEGATTO, 2012).
Essa
pílula não é composta por hormônio, mas pode causar os mesmos efeitos que causa
da pílula anticoncepcional feminina, que foi comprovado com a experiência
realizada com camundongos (SEGATTO, 2012).
FIGURA 4: CHARGE SOBRE O EFEITO DA
PILULA ANTICONCEPCIONAL MASCULINA
FONTE:
http://www.insoonia.com/os-perigos-da-pilula-do-dia-seguinte/
CURIOSIDADES
A
progesterona, principal “ingrediente” da pílula, foi descoberta em 1928,
presente em coelhos. Apesar de terem percebido o potencial de aplicações, a
extração a partir dos animais não seria viável por custos e características de
crueldade do processo. (MATTOS, 2012)
Os
hormônios constituintes das pílulas, segundo pesquisas da Universidade Monash
da Austrália, estão relacionados com a diminuição dos níveis de serotonina, que
é um neurotransmissor relacionado à depressão. (MATTOS, 2012). Algumas
alterações ocorrem durante o período pré-menstrual, como anorexia, adenonia e
ataque de nervos.
O
tratamento pode-se dar por meio de uso de pílula anticoncepcional, inibidores
de serotonina, na prática de exercícios físicos e acupuntura (JUNIOR, 2012).
A
pílula anticoncepcional não altera o nível de ansiedade das mulheres que a
utilizam. A ansiedade só tem um deslocamento de período, onde é apresentada em
maior intensidade na fase do sangramento do que na fase pré - menstrual
(JUNIOR, 2012).
O
uso dos anticoncepcionais esta associado ao controle de natalidade. Fala-se
sobre a ineficácia do anticoncepcional utilizado concomitantemente com
antibióticos, que esse inibe a ação daquele. Como a maioria dos antibióticos
diminui a flora intestinal, podendo causar diarréia, a absorção do
anticoncepcional fica reduzida, diminuindo assim sua eficácia. Caso necessário
o uso de antibiótico é recomendado o uso de outros métodos contraceptivos
(COSTA,2012).
Além
dos antibióticos, também os anticoagulantes, anticonvulsivantes, antifúngicos,
anti-hipertensivos, parasitários, antivirais, hipoglicemiantes, hipnóticos e
psicotróficos reduzem a ação dos anticoncepcionais orais, pois estimulam a
produção de enzimas que facilitam a degradação dos hormônios contidos nas
pílulas (YAZLLE, 2005).
Em
1943, Russel Marker encontrou uma alternativa mais barata e ‘’verde’’: inhame,
um tubérculo. Uma espécie de inhame mexicano, conhecida como “cabeza de negro”,
fornecia enormes quantidades de progesterona viabilizando assim, a fabricação
em larga escala do anticoncepcional a baixo custo. (MATTOS, 2012)
REFERÊNCIAS
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- ANTUNES, G.; RICO, V. V.; JR. A. G. Variações da ansiedade relatada em função do ciclo menstrual e do uso de pílulas anticoncepcionais. 2004. P 81-87. Interação em Psicologia. Universidade Estadual Paulista, Bauru. <Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/viewArticle/3241>. Acessado em 30 de Outubro de 2012.
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