Gimnospermas

A conquista definitiva do ambiente terrestre pelas plantas ocorreu com o surgimento de elementos que permitiram a fecundação sem a necessidade de água para o deslocamento do gameta masculino.

As primeiras traqueófitas que apresentaram essa condição foram as gimnospermas. Nelas, os esporófitos formam elementos ligados à reprodução sexuada, reunidos em estróbilos, ramos modificados com estruturas relacionadas com a reprodução sexuada.

Os estróbilos podem ser femininos ou masculinos. Em algumas espécies ocorrem os dois tipos no mesmo indivíduo, enquanto em outras os estróbilos femininos são formados em um indivíduo e os masculinos em outro, ou seja os sexos são separados.
Estróbilo ou cone
Nos estróbilos masculinos são formados os grãos de pólen, e  no feminino é formado o óvulo.

O grão de pólen apresenta envoltório resistente abrigando o gametófito masculino imaturo que formará os gametas masculinos. Esses grãos de pólen são transportados até o óvulo pelo vento (anemofilia). Ao chegar ao óvulo, o grão de pólen  encontra umidade e germina, desenvolvendo uma estrutura chamada tubo polínico, que corresponde ao gametófito masculino maduro e que leva o gameta masculino até o feminino no interior do óvulo.

Após a fecundação, surge o zigoto que dá origem ao embrião, e o óvulo transforma-se em semente. Nos pinheiros encontrados no Brasil, a semente comestível é popularmente conhecida por pinhão, e o estróbilo feminino é denominado pinha.
As sementes protegem o embrião conta a dessecação e outros fatores adversos do meio. Isso contribui para aumentar sua sobrevivência e facilitar a dispersão das espécies, possibilitando que essas plantas ocupem mais amplamente o ambiente terrestre.

Abundantes em regiões temperadas as gimnospermas chegam a formar vegetações como as florestas boreais (taiga) no hemisfério  Norte e a mata de araucária na região sul do Brasil. A mata de araucária, que ocorria desde o Paraná até o Rio Grande do Sul, está atualmente muito reduzida em função, principalmente, da exploração da madeira do pinheiro-do-paraná (espécie Araucaria angustifolia), planta predominante nessa mata.
 Floresta boreal (taiga)
São também exemplos de gimnospermas as cicas e a Ginkgo biloba. Esta última é uma árvore que pode chegar a 30 metros de altura, com folhas em forma de leque, e que possui propriedades medicinais no tratamento de problemas vasculares, além de ser muito utilizada como planta ornamental em parque e jardins de regiões temperadas.
A pinha e a semente (pinhão) da Araucária
Vídeo Aula
O professor Dorival Filho explica:

BioAjuda
Referências Bibliográficas:

 LOPES, SÔNIA. ROSSO, SERGIO. Biologia: volume único. 1ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 242p.
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Pteridófitas

As pteridófitas são plantas criptógamas vasculares, com raiz, caule e folhas bem desenvolvidas, dai seu aparelho vegetativo ser denominado cormo. Apresentam alternância de gerações, sendo a geração esporofítica a fase dominante, mais desenvolvida. São consideradas as primeiras plantas que conquistaram definitivamente o meio terrestre.

As pteridófitas são representadas pelas seguintes classes: psilopsida, licopsida, esfenopsida e pteropsida (somente filiíneas) e constituem grupos da divisão traqueófita.

As pteridófitas  podem apresentar desde espécies pequenas, tais como Salvínia, Azolla e Marzilea até espécies arborecentes bem desenvolvidas, como Cyathea, o conhecidoo samambaiçu. As traqueófitas podem atingir grandes tamanhos, graças à presença de vasos condutores onde a seiva é transportada rapidamente a todas as partes do vegetal.

Podem habitar tanto regiões úmidas quanto secas, até mesmo desérticas. São comuns as espécies epífitas entre os representantes das pteridófitas.

Em certas pteridófitas é comum o fenômeno de heterofilia, de tal modo que apresentam dois tipos de folhas: o trofófilo, com função exclusivamente vegetativa, e o esporófilo, que além das funções vegetativas, intervém na reprodução, formando esporos. As samambaias apresentam somente um tipo de folha, que funciona ao mesmo tempo como trofófilo e esporófilo.

Como as briófitas, também as pteridófitas apresentam alternância de gerações, uma sexuada, gametofítica, n, e outra assexuada, esporofítica, 2n.

Devemos, entretanto, salientar que nas pteridófitas a geração esporofítica é a mais desenvolvida, sendo a fase duradoura.

Assim, uma planta de samambaia representa o esporófito. Este consta de raiz, caule, folhas e forma esporos. O gametófito, chamado de protalo, tem a vida independente, pode ser uni ou bissexuado, é reduzido, e representa a fase transitória.

De acordo com a natureza dos esporos existem três tipos de ciclos alternantes:
1. Ciclo das isosporadas.
2. Ciclo das heterosporadas.
3. Ciclo das isosporadas com protalos dióicos.

As isosporadas produzem esporos, todos iguais, que, quando germinam, originam um gametófito, isto é, um protalo hermafrodita. A maioria das filicíneas são isosporadas.

As heterosporadas produzem esporos de dois tipos: masculinos e femininos. Após germinação, cada esporo origina um protalo de sexo diferente. São heterosporadas algumas licopodíneas, como as selaginelas.

As isosporadas com protalos dióicos produzem esporos iguais, mais quando germinam, originam protalos masculinos e protalos femininos. As equisetíneas são isosporadas com protalos dióicos.

Reprodução das pteridófitas - Ciclo haplodiplobionte

Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Para descrever a reprodução nas pteridófitas, vamos tomar como exemplo uma samambaias comumente cultivada (Polypodium vulgare).
A samambaia é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporófito.
Em certas épocas, na superfície inferior das folhas da samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O surgimento dos soros indica que a samambaias está em época de reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos. Quando os esporos amadurecem, os soros se abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada esporo pode germinar e originar um protalo, aquela plantinha em forma de coração mostrada no esquema. O protalo é uma planta sexuada, produtora de gametas; por isso, ele representa a fase chamada de gametófito.
Ciclo reprodutivo das samambaias
O protalo da samambaias contém estruturas onde se formam anterozóides e oosferas. No interior do protalo existe água em quantidade suficiente para que o anterozóide se desloque em meio líquido e "nade" em direção à oosfera, fecundado-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião. O embrião, por sua vez, se desenvolve e forma uma nova samambaias, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, a samambaias forma soros, iniciando novo ciclo de reprodução.
Como você pode perceber, tanto as briófitas como as pteridófitas dependem da água para a fecundação. Mas nas briófitas, o gametófito é a fase duradoura e os esporófito, a fase passageira. Nas pteridófitas ocorre o contrário: o gametófito é passageiro - morre após a produção de gametas e a ocorrência da fecundação - e o esporófito é duradouro, pois se mantém vivo após a produção de esporos.

Pteridófitas mais conhecidas

Cavalinha: porte pequeno, caule subterrâneo e que formam ramos eretos que lembram vagamente um caule de cana-de-açúcar com cerca de 1 cm de diâmetro. Folhas em forma de fios, agrupadas em feixes, emergem do caule e lembram uma cauda de cavalo (veja foto acima).
Selaginela: erroneamente vendida como musgo nas floriculturas. Folhas miúdas que saem do caule cilíndrico bem fino.
Licopódio: caule subterrâneo e que dá ramos aéreos eretos dos quais saem folhas bem menores que as da selaginela. É comum formarem-se "buquês" de rosa acompanhados de ramos de licopódios.
Selaginela
Licopódio
Samambaias: as pteridófitas mais modernas são popularmente conhecidas como samambaias e pertencem à classe das filícíneas. Incluem as rendas portuguesas, as avencas, os xaxins, as samambaias de metro etc. Na maioria delas, o caule subterrâneo, chamado rizoma, forma folhas aéreas. No xaxim o caule é aéreo e estéreo e pode atingir cerca de 2 a 3 metros. As folhas são muitas vezes longas, apresentam divisões (folíolos) e crescem em comprimento pelas pontas, que são enroladas, lembrando a posição do feto no interior do útero. Na época de reprodução, os folíolos ficam férteis e neles surgem pontos escuros, os soros, verdadeiras unidades de reprodução.
Soros nas folhas de samambaia
Samambaia 


BioAjuda
Referências Bibliográficas:

MODESTO, Z. M. M. ; SIQUEIRA, N. J. B. Botânica, Currículo de Estudos de Biologia. São Paulo: EPU, 1981. 10cap.

Pteridófitas. Só Biologia. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/pteridofitas.php>. Acesso em: 27 Abril 2012. 
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Briófitas


Reino Plantae

Os componentes do reino das plantas, possivelmente, evoluíram das algas verdes, são todos multicelulares eucariontes, predominantemente terrestres e fotossintetizantes.
Atualmente, o grupo dos vegetais está formado por doze filos, distribuídos da seguinte maneira: três filos de briófitas e nove filos de plantas vasculares, todos reunidos no sub-reino Embryophyta.

BRIÓFITAS
Musgos
Começaremos nossos estudos e descobertas pelo reino das plantas fazendo uma pequena abordagem sobre a história evolutiva e, prioritariamente, descrevendo as principais características dos atuais grupos vegetais. Nossa explanação inicial será sobre as briófitas, plantas estruturalmente simples, mas que têm uma importância ecológica muito grande.




Vídeo aula, Briófitas:

Estudo das Briófitas, Plantas sem vasos condutores.

Possivelmente, as briófitas são as plantas mais antigas e que marcam a passagem evolutiva dos vegetais do ambiente aquático para o terrestre. Compondo este grupo de vegetais estão as hepáticas, os antóceros e os musgos.

Essa divisão compreende vegetais terrestres com morfologia bastante simples, conhecidos popularmente como "musgos" ou "hepáticas".


São organismos eucariontes, pluricelulares, onde apenas os elementos reprodutivos são unicelulares, enquadrando-se no Reino Plantae, como todos os demais grupos de plantas terrestres.


Ocorrência

As briófitas são características de ambientes terrestre úmidos, embora algumas apresentem adaptações que permitem a ocupação dos mais variados tipos de ambientes, resistindo tanto à imersão, em ambientes totalmente aquáticos, como a desidratação quando atuam como sucessores primários na colonização, por exemplo, de rochas nuas ou mesmo ao congelamento em regiões polares. Apresenta-se, entretanto sempre dependentes da água, ao menos para o deslocamento do anterozoide flagelado até a oosfera.
Esta Divisão não possui representantes marinhos.
Morfologia

As briófitas são plantas avasculares de pequeno porte que possuem muitos e pequenos cloroplastos em suas células. O tamanho das briófitas está relacionado à ausência de vasos condutores, chegando no máximo a 10 cm em ambientes extremamente úmidos. A evaporação remove consideravelmente a quantidade de água para o meio aéreo. A reposição por absorção é um processo lento. O transporte de água ao longo do corpo desses vegetais ocorre por difusão de célula a célula, já que não há vasos condutores e, portanto, é lento.


Reprodução

O ciclo haplodiplobionte nos musgos



Nos musgos e em todas as briófitas, a metagênese envolve a alternância de duas gerações diferentes na forma e no tamanho. Os gametófitos, verdes, são de sexos separados e duram mais que os esporófitos.
Existem órgãos especializados na produção de gametas chamados gametângios e que ficam localizados  no ápice dos gametófitos. O gametângio masculino é o anterídio e seus gametas, os anterozoides. O gametângio feminino é o arquegônio que produz apenas um gameta feminino, a oosfera.
Para ocorrer o encontro dos gametas é preciso, inicialmente, que os anterozoides saiam dos anterídios. Gotículas de água do ambiente que caem nos anterídios libertam os gametas masculinos. Deslocando-se na água, os anterozoides entram no arquegônio e apenas um deles fecunda a oosfera. Forma-se o zigoto que, dividindo-se inúmeras vezes, origina o embrião. Este, no interior do arquegônio, cresce e forma o esporófito.
O jovem esporófito, no seu crescimento, rompe o arquegônio e carrega em sua ponta dilatada um pedaço rompido do arquegônio, em forma de "boné", conhecido como caliptra. Já como adulto, o esporófito, apoiado no gametófito feminino, é formado por uma haste e, na ponta, uma cápsula (que é um esporângio) dilatada, dotada de uma tampa, coberta pela caliptra.
No esporângio células 2n sofrem meiose e originam esporos haploides. Para serem liberados, é preciso inicialmente que a caliptra seque e caia. A seguir, cai a tampa do esporângio. Em tempo seco e, preferencialmente, com vento os esporos são liberados e dispersam-se. Caindo em locais úmidos, cada esporo germina e origina um filamento semelhante a uma alga, o protonema. Do protonema, brotam alguns musgos, todos idênticos geneticamente e do mesmo sexo. Outro protonema, formado a partir de outro esporo, originará gametófitos do outro sexo e, assim, completa-se o ciclo. Note que a determinação do sexo ocorre, então, já na formação dos esporos.
Curiosidades sobre Briófitas

As briófitas, juntamente com os líquenes, são os primeiros organismos a iniciar uma sucessão ecológica primária.
Estas plantas são também indicadoras de poluição atmosférica, além de serem extremamente importantes na ciclagem do gás carbônico.
Aproximadamente          1%    da superfície da terra é ocupada pelo musgo Sphagnum.
As    briófitas   são     plantas pequenas, apresentando indivíduos com altura variando entre 2,0 e 20,0 centímetros. A maioria das briófitas é terrestre, encontradas preferencialmente em ambientes úmidos, mas existem espécies aquáticas. Estas plantas estão amplamente distribuídas, podendo ser encontradas nos mais variados ecossistemas, desde florestas tropicais e temperadas a significativas populações nos pólos norte e sul e, até, em desertos.

Classificação das briófitas

As briófitas mais conhecidas são as hepáticas e os musgos. As hepáticas são tanto aquáticas quento terrestres e seu talo é uma lâmina extremamente delgada. Seu talo lembra muito um vegetal superior: apresenta-se ereto, crescendo a partir do solo.

Hepática
Nos musgos, como, aliás, em todas as briófitas, há duas gerações adultas somáticas com aspectos totalmente diferentes e que se alternam em um ciclo reprodutivo (gametófito e o esporófito).
Musgo
Importância dos musgos

Apesar do aspecto modesto, os musgos têm grande importância para os ecossistemas. Juntamente com os liquens, os musgos foram as primeiras plantas a crescer sobre rochas, as quais desgastam por meio de substâncias produzidas por sua atividade biológica. Desse modo, permitem que, depois deles, outros vegetais possam crescer sobre essas rochas. Daí seu importante papel nas primeiras etapas de formação dos solos.

Botânica Geral

Nas briófitas, as raízes, caules e folhas, devido à ausência de vasos condutores, não são consideradas estruturas verdadeiras, sendo, por isso, denominadas, respectivamente, de rizóides, caulóides e filóides. Os rizóides, que podem ser unicelular ou multicelular, na maioria das briófitas têm apenas a função de fixar a planta ao substrato. A transferência de nutrientes, que nos vegetais vasculares é atribuição das raízes, neste grupo, é feita pelos gametófitos, através de tricomas localizados nos caulóides e filóides.

Sugestão de Leitura...
RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) ­ Biologia vegetal.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011195






BioAjuda
Referências Bibliográficas:

Briófitas. Só Biologia. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/biobriofitas2.php>. Acesso em: 26 Abril 2012. 


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Reino Fungi



Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.


Vídeo Aula
O professor Dorival Filho explica:

Os Fungos e sua Importância

Ecológica
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.

Fungos apodrecendo o morango.
Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.
      
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.
Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando asmicorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver.
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e as gramínias em geral.
As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses casos, elas representam um fator importânte de adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta.
Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Estes serão discutidos posteriormente.

Econômica
Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam afermentação.
Camembert
Destes últimos, alguns são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécieSaccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar em álcool etílico e CO(fermentação alcoólica), na ausência de O2. Na presença de  Orealizam a respiração. Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.
Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o álcool produzido na fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste último caso, o COque vai sendo formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e mais leve.
Roquefort
O aprisionamento do CO2 na massa só é possível devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga" do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em glúten.
Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.
Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.

Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o caso da Morchellae da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo.

Morchella
 
Agaricus
Doenças Causadas por Fungos

Micose em couro cabeludo


As micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo.
São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta).
As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa.
Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.

Fungos Unicelulares

À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae. Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja etc., graças à fermentação que ele realiza.

Saccharomyces: fungos unicelulares. Note que os pequenos brotos são novos indivíduos que estão sendo formados por reproduçãoo assexuada.


Fungos Pluricelulares
Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: ocorpo de frutificação é responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais,os esporos, e o micélio é constituído por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa.
Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina, a mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes.
O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, do mesmo modo que acontece com os animais.

Tipos de Hifas
Dependendo do grupo de fungos, as hifas podem apresentar diferentes tipos de organização. Nas hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o fio é contínuo e o citoplasma contém numerosos núcleos nele inserido.
Fungos mais complexos, possuem hifas septadas, isto é, há paredes divisórias (septos) que separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em cada septo há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de um compartimento a outro.


Tipos de hifas- Pelos poros das hifas septadas ocorre trânsito de citoplasma e de núcleos de uma célula para outra. Nos fungos, os núcleos são haploides.

Reprodução nos fungos
Reprodução Assexuada

Fragmentação
A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios.

Brotamento
Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células.

Esporulação
Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes, leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc.
Para a produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanem unidos até serem liberados. É o que acontece com o fungopenicillium, que assim foi chamado devido ao fato de a estrutura produtora de esporos - o conídio - se assemelhar a um pincel.
Ao lado- Micografia eletrônica de varredura mostrando o corpo de frutificação do Penicillium sp. frequente bolor encontrado em frutas. Os pequenos e leves esporos esféricos (conidiósporos) brotam de conídios que surgem na extremidade de uma hifa especializada, o conidióforo.

Laranja contaminada com Penicillium sp , vista a olho nú.
Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são chamados zoósporos.


Reprodução Sexuada
No   ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo como sexuado.
O esquema da figura  abaixo ilustra um ciclo de reprodução genérico, válido para a maioria dos fungos. Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada. Em outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução assexuada.
 
De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haploides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica, n + n).
Posteriormente, a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diploides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haploides. Esporos formados por meiose são considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).
Algumas curiosidades merecem ser citadas a respeito da fase sexuada da reprodução:
  • antes de ocorrer plasmogamia, é preciso que uma hifa "atraia" a outra. Isso ocorre por meio da produção de feromônios, substâncias de "atração sexual" produzidas por hifas compatíveis;
  • em muitos fungos, após a plasmogamia decorre muito tempo (dias, meses, anos) até que ocorra a cariogamia;
  • a produção de esporos meióticos, após a ocorrência de cariogamia, se dá em estruturas especiais, freqüentemente chamadas de esporângios.
    Classificação dos Fungos
    Classificar fungos não é tarefa fácil. Trata-se de um grupo muito antigo (mais de 540 milhões de anos) e existem muitas dúvidas a respeito de sua origem e evolução.
    Os quitridiomicetos, constituídos por cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos. Vivem em meio aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos. Vivem da absorção da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam algas, protozoários, outros fungos, plantas e animais. Algumas espécies causam considerável prejuízo em plantas de cultivo (alfafa e milho).
    Os ascomicetos, com cerca de 32.000 espécies, são os que formam estruturas reprodutivas sexuadas, conhecidas como ascos, dentro das quais são produzidos esporos meióticos, os ascósporos. Incluem diversos tipos de bolores, as trufas, as Morchellas, todos filamentos, e as leveduras (Saccharomyces sp.), que são unicelulares.
    Os basidiomicetos, com cerca de 22.000 espécies, são os que produzem estruturas reprodutoras sexuadas, denominadas de basídios, produtores de esporos meióticos, os basidiósporos. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas.
    Os zigomicetos, com cerca de 1.000 espécies, são fungos profusamente distribuídos pelo ambiente, podendo atuar como decompositores ou como parasitas de animais. Os mais conhecidos é o Rhizobux stolonifer, bolor que cresce em frutas, pães e doces - seu corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra filamentos de algodão, recheados de pontos escuros que representam os esporângios.
    Os deuteromicetos, ou fungos conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, costituem um grupo de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos deles, a fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao longo do processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por meio da produção de conidiósporos. A esse grupo pertencem diversas espécies de Penicillium (entre as quais a que produz penicilina) e Aspergillus (algumas espécies produzem toxinas cancerígenas).

    Liquens
    Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.

    A natureza dupla do liquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do liquen é formado pelo fungo.


    A microscopia eletrônica mostra as hifas de fungo entrelaçadas com a alga.

    Morfologia
    Normalmente existem três tipos de talo:
    Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.
    Folioso: o talo é parecido com folhas
    Fruticoso: o talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta.
    Reprodução
    Os liquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode formar conídios,ascósporos ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados pelos fungos do liquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.

    O fotobionte se reproduz vegetativamente. O liquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O liquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.

    Habitat
    Os líquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens sãoorganismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem liquens que são substratos para outros liquens.

    A capacidade do liquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.

    Importância Econômica
    Os liquens produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo, tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também possuem ação citotóxica e antibiótica.

    Quando a associação é com uma cianobactéria, os liquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo.

    Os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.

    Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.

    BioAjuda
    Fonte: Portal Só Biologia

    Reino Fungi. Portal Só Biologia. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biofungos.php>. Acesso em: 26 Abril 2012.
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