Reino Animalia



Características que Distinguem os Animais

O Reino Animalia é definido segundo características comuns a todos os animais: organismos eucariontes, multicelularesheterotróficos, que obtêm seu alimento por ingestão de nutrientes do meio.
Mesmo dentro de critérios assim tão amplos, podemos encontrar exceções, em funções de fatores diversos, como a adaptação de organismos a meios de vida especiais. É o que ocorre, por exemplo, com alguns endoparasitas que perderam a capacidade de ingestão de nutrientes, obtendo-os por absorção direta dos líquidos do corpo dos organismos parasitados. Todos os animais começam seu desenvolvimento a partir de uma célula-ovo ou zigoto, que surge da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Assim, a reprodução sexuada sempre está presente nos ciclos de vida dos animais. Isso não significa que a reprodução assexuada não aconteça; ela ocorre e é muito importante em alguns grupos.
A partir do zigoto, inicia-se o desenvolvimento embrionário, que passa pelas fases de mórula, blástula e gástrula. São vários os tipos de desenvolvimento embrionário, mas, apenas para exemplificação, vamos representar a seguir todas essas fases, desde o zigoto até a gástrula, considerando o padrão mais fácil para o entendimento básico de como elas ocorrem.
Alguns animais desenvolvem-se até um conjunto de células que não chega a formar tecidos verdadeiros, enquanto a maioria atinge niveis de organização superiores a tecidos, tais como órgãos e sistemas. É possivel, assim, distinguir dois grandes grupos:
  • Parazoa (parazoário; pará = ao lado, zoa = animal): representado pelos Porifera (esponjas), no qual não há a formação de tecidos verdadeiros.
  • Eumetazoa (eumetazoários; eu = verdadeiros, metazoário = animal): representados por todos os outros animais que possuem tecido diferenciado.
Dentre os Eumetazoa distinguem-se dois outros grupos: o dos organismos que não passam do nível de organização superior a tecidos, do qual fazem parte os cnidários, e o dos organismos que já apresentam os órgãos em sistemas definidos, compreendendo a maioria dos Eumetazoa.
O ramo da biologia qe estuda os animais é denominado Zoologia (zoo = animal, logus = estudo).
É muito comum, em Zoologia falar-se em animais invertebrados e animais vertebrados.

Os invertebrados são todos os animais que não possuem vértebras e, consequentemente, coluna vertebral. A maior parte dos animais é formada pelos invertebrados, caso das esponjas, medusas, planárias, vermes, minhocas, insetos, siris, estrelas-do-mar e outros.
O termo invertebrado não tem nenhum valor taxonômico e não corresponde a grupos como filo, classe, ordem ou outros; é simplismente um termo vulgar aplicado a todos esses animais.
Os vertebrados correspondem a todos os animais que possuem vértebras, caso dos peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Os vertebrados correspondem a um subfilo dentro do filo dos cordados. Dentre os cordados, existem animais invertebrados, como é o caso do anfioxo, que vive enterrado na areia, no ambiente marinho.


Simetria e Locomoção
Animais de organização mais simples, como diversas esponjas, possuem formas irregulares, sendo, por isso, chamados assimétricos.
Em outros animais, podemos passar por seus corpos diversos planos verticais de simetria que passam pelo eixo central longitudinal (como nos tipos de esponjas que crescem com a forma aproximada de vaso, nos cnidários e na maioria dos equinodermos, por exemplo); cada plano permite a separação do animal em metades equivalentes. São os chamadossimétricos radiais, em geral animais cilíndricos ou em forma de sino. Os animais simétricos radiais, em sua maioria, são fixos ao substrato (esponjas adultas, pólipos de cnidários etc.), ou movem-se com lentidão (medusas, estrelas e ouriços-do-mar etc.).
No entanto, a simetria predomina no reino animal é a bilateral. Os animais bilaterais possuem lados esquerdo e direito, faces ventral e dorsal e extremidades anterior e posterior. A extremidade anterior é aquela em que fica localizada a cabeça, que contém o centro de comando nervoso.
Filos de animais metamerizados
Tipos de simetria em animais


A extremidade posterior é aquela em que, na maioria das vezes, situa-se o ânus e os orifícios reprodutores.
Nesse tipo de simetria existe um plano sagital que divide o animal em duas metades equivalentes. De modo geral, a simetria bilateral é relacionada ao modo de vida de "ir em busca" do alimento de uma forma mais dirigida.
   Número de Folhetos Germinativos

Alguns animais são formados, em sua fase embrionária, por apenas duas camadas de células (derivadas da ectoderme e da endoderme). Esses animais são consideradosdiblásticos (ou diploblásticos), como, por exemplo, os cnidários.
Outros animais, em sua fase embrionária, são constituídos por três camadas de células, derivadas da ectoderme, da endoderme e da mesoderme. São os chamados triblásticos (ou triploblásticos), como, por exemplo, os vermes, os moluscos, os artrópodes, os equinodermos e os cordados.


Celoma
Nos animais triblásticos, pode ou não existir celoma, a cavidade geral do corpo, que serve de espaço para os órgãos internos (vísceras). Quando não há celoma, os animais são ditos acelomados, como os vermes de corpo achatado - os platelmintos.
Entre os que possuem cavidade geral do corpo, é possivel distinguir entre os pseudocelomados e os celomados verdadeiros (ou, simplesmente, celomados). Os primeiros possuem falso celoma, assim chamado por não ser uma cavidade inteiramente forrada por tecido mesodérmico. A mesoderme apenas revestre a superfície interna da parede do corpo, deixando de faze-lo na parede intestinal, como acontece com os vermes de corpo cilídrico, chamados nematelmintos.
Nos celomas verdadeiros, tanto a face interna da parede do corpo como a face externa da parede intestinal são revestidas por mesoderme e a cavidade geral do corpo é, assim, um verdadeiro celoma - como, por exemplo, nos vermes segmentados, nos artrópodes, nos moluscos, nos equinodermos e nos cordados.


Destino do Blastóporo
Outra característica embriológica dos animais triblásticos é a relacionada ao surgimento da boca.
Quando a boca é derivada do blastóporo (a abertura do arquêntero para o meio externo), dizemos que os animais são protostômios (do grego, proto = primitivo, stoma = boca), o que inclui desde os platelmintos até os artrópodes. Se o blastóporo originar o ânus (e a boca se originar na extremidade oposta, como um novo orifício), dizemos que os animais são deuterostômios (do grego, deutero = secundário, o que veio depois).


Simetria e Locomoção dos Animais do Reino Animalia

Os animais assimétricos possuem diferentes formas que não possibilitam a separação do corpo em duas metades. (ex: esponja). Os animais simétricos radiais permitem a separação do animal em duas partes equivalentes. (ex: cnidários).

Os animais bilaterais possuem lados esquerdo e direito, faces ventral e dorsal e extremidades: anterior (fica localizada a central de comando, a cabeça) e posterior (é aquela que na maioria das vezes situa- se o ânus). (ex: mamíferos)
OBS.: muitos animais que possuem esse tipo de simétria (bilateral) atuam como predadores.


1 - PORÍFEROS

        O represente deste filo são as esponjas, os primeiros animais pluricelulares a surgirem na Terra. São animais aquáticos fixos (vivem em rochas ou em outras estruturas submersas) e a maioria habita o ambiente marinho. As esponjas não apresentam praticamente nenhum tipo de mobilidade na fase adulta, sua alimentação depende da filtração de alimentos trazidos junto com a água.
        A organização do corpo das esponjas é bem simples : não possuem órgãos nem sistema, apenas tecidos rudimentares. Não possuem boca, nem cavidade digestiva e muito menos as células, como as musculares e nervosas.
Uma esponja do tipo asconoide tem uma estrutura simples, lembra o aspecto de um vaso aberto em uma das extremidades. 
        Em esponjas desse tipo, a parede externa é constituída por células denominadas pinacócitos e a parede interna  por células flageladas, os coanócitos, que forram o átrio. Entre as duas paredes têm um preenchimento com componentes do esqueleto e um grupo de células circulantes são os amebócitos. Na parede externa, inúmeros poros, são forrados por células tubulares, os porócitos. Os mesmos facilitam a entrada de água para o átrio. A água que chega até o átrio sai da esponja por um orifício chamado ósculo.         O esqueleto de uma esponja é constituído po finíssimas espículas, que podem ser calcária ou silicosa, são produzidas pelas células circulantes especiais.
        As espícolas de cálcio são características das esponjas calcárias. Já as espículas siliosas são características das esponjas de vidro, são chamadas assim por causa da analogia à participação dos silicatos na confecção de vidros. Muitas espícolas, projetam- se para a camada externa e ao passar a mão pela superfície das esponjas podemos senti-las.
        A organização das esponjas forma estruturas típicas, conhecidas como:
  • Asconóide - possuem a forma de um vaso.
  • Siconóide - possuem paredes pregueadas com a formação de canais internos e externos.  
  • Leuconóide - o pregueamento é bem mais intenso, com camadas internas flageladas, repleta de coanócitos.
        A água e os alimentos penetram pelos canais externos e atingem os canais internos flagelados, filtrada pelos coanócitos, a água atinge o átrio e abandona a esponja por um ou diversos ósculos.

REPRODUÇÃO DOS PORÍFEROS

        As esponjas podem se reproduzir de duas formas :

1. Reprodução Assexuada

•  Por Brotamento - é a forma mais comum, a partir desse processo, uma esponja produz brotos que se desenvolvem a partir de uam esponja-mãe. Esses brotos, permanecem ligados uns aos outros e organizam uma colônia.
•  Por Formação de gêmulas - esse fenômeno ocorre em esponjas de água doce. Grupos de amebócitos e outras células se isolam e elaboram uma espessa membrana protetora contento espongina e espículas. Essa fêmula forma- se em épocas de condições ambientais desfavoráveis, é uma forma de resistência - persiste longo tempo num ambiente e fica em estado metabólico até q ue as condições voltem ao normal. Nesse momento a espessa membrana é rompida e as células retomam a atividade e reorganizam uma esponja.

2. Reprodução Sexuada

        As esponjas podem ser seres monoicos ou dióicos. Não há órgãos reprodutores permanentes. Os espermatozoides como os óvulos são formados a partir de coanócitos, que diferenciam- se em gametas na estação reprodutiva.Nas esponjas monoícas não há auto fecundação. Os espermatozoides são liberados antes que haja a fecundação do óvulo, essa liberação ocorre pela corrente de água (que abandona a esponja pelo ósculo). Eles penetram em outra esponja, formam um zigoto, originando uma larva ciliada e natante que se fixa a um substrato dando origem a uma esponja adulta.   


2 - CNIDÁRIOS ou CELENTERADOS

        É um filo de animais aquáticos. As hidras são praticamente as únicas representantes de água doce, além de fazerem parte do filo Celenterada : as medusas (conhecidas como águas-vivas); as anêmonas-do-mar;os corais; as caravelas. Quando comparados aos poríferos, observamos muitas novidades : a presença de uma cavidade digestiva, "inaugurando" a digestão extracelular, e a existência de células nervosas.
     Os celenterados são animais diblásticos, visto que seus tecidos originam-se de dois folhetos germinativos : a ectoderme e a endoderme.
        Outra característica desse grupo é a existência de duas formas corporais:

Pólipo - é um bastão oco que contém uma abertura numa de suas extremidades, a boca rodeada de inúmeros braços(tentáculos).
Medusa - lembra a forma de um guarda-chuva cuja as margens são rodea- das por tentáculos que circundam uma boca central.

A HIDRA

        A hidra verde, pólipo encontrados em lagoas, lagos e pequenos riachos de água limpa; servirá perfeitamente como padrão para melhor explicarmos os celenterados.
        O pólipo de hidra é um bastão, em que uma das extremidades se apóia no substrato e a outra apresenta uma boca rodeada com os tentáculos (variam de 6 a 8 tentáculos longos). O tamanho da hira varia, chegando a 1,5cm com os tentáculos distendidos. A cavidade intestinal é conhecida como cavidade gastrovascular e se estende até os tentáculos que são ocos. Um exame na organização da parede do corpo da hidra revela a existência de tecidos verdadeiros que são formados por diferentes tipos de células organizadas em duas camadas : uma interna forrando a cavidade digestiva, e outra externa de relação com o meio. Entre essas camadas existe uma outra, sendo gelatinosa, chamada mesogléia, não chega a constituir um tecido mas serve como mecanismo de suporte (parece com esqueleto).                
        Em outros celenterados (principalmente nas medusas) a mesogléia é rígida, espessa e se assemelha muito com um tecido conjuntivo. Na camada externa, podemos destacar dois tipos celulares : as células mioepiteliais e os cnidoblastos. As mioepiteliais possuem filamentos contráteis na base e servem à locomoção.
        Os cnidoblastos são dotadas de um cílio na sua porção livre e de uma vesícula interna, o nematocisto, contendo um filamento enovelado. Misturadas às células mioepiteliais e aos cnidoblastos, existem várias células sensoriais, dotadas de cílios. que ficam conectadas ao tecido nervoso. Essas células constituem um importante mecanismo de relação da hidra com o ambiente, permitindo que ela atue como carnívora predadora, caça praticamente parada.
        A camada interna é semelhante à externa, destacam-se também dois tipo celulares : as células glandulares e as epitélio-digestivas. As células glandulares possuem várias vesículas de secreção cheias de enzimas digestivas, que são eliminadas para a cavidade digestiva.
        As epitélio-digestivas são semelhantes às da parede externa, possuem dois flagelos e são também dotadas de filamentos contráteis, que torna o corpo da hidra elástico, principalmente quando o alimento é ingerido. A digestão dos alimentos, é iniciada extracelularmente na cavidade digestiva e termina no interior dessas células.

        Junto à mesogleia, existe uma rede de neurônios que forma o tecido nervoso , esse tecido em rede é conectado às diversas células sensoriais espalhadas pelo corpo da hidra.
Não há um centro de controle, pois não há cérebro; trata- se de uma rede nervosa difusa de neurônios, é um mecanismo de coordenação primitivo, o primeiro que surge entre os animais pluricelulares.

REPRODUÇÃO DAS HIDRAS

Reprodução Assexuada -  Essa reprodução é feita por brotamentos. Brotos laterais, em vários está- gios de crescimento, ligados à hidra mãe e dela logo se destacam.

Reprodução Sexuada -  As hidras são hermafroditas. Alguns testículos e apenas um ovário são formados, em épocas desfavoráveis do ano.
        O único óvulo produzido é retido no ovário. Os espermatozoides são liberados na ága, e vão à procura do óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra, o zigoto é formado e circundado por uma espessa casca quitinosa e, após um certo tempo, o embrião, envolto pela casca protetora, destaca- se do corpo da hidra e permanece na casca durante toda a época desfavorável. Com a chegada da época favorável, esta casca se rompe e emerge a pequena hidra que cresce normalmente até sua fase adulta. Não há larva nesse desenvolvimento, o mesmo é direto.

CLASSIFICAÇÃO DOS CELENTERADOS

Os Hidrozoários 

        Esta classe possui inúmeros representantes, além da hidra. Todos os demais, são animais marinhos. Dentre eles, podemos citar a Obelia e a caravela (Physalia).
        Na Obelia, a reprodução ocorre durante um ciclo em que se alternam pólipos (fase assexuada e duradoura) e medusas (fase sexuada e pouco duradoura). podem existir dois pólipos : o nutridor e o reprodutor. Os pólipos reprodutores geram medusas por brotamento, forma- se um zigoto ocorre  o  desenvolvimento  embrionário  e  surge  uma  larva   ciliada,  chamada plânula, que constitui uma importante forma de dispersão da espécie. Após fiixa a um substrato, a larva se transforma em um novo pólipo.

Os Cifozoários

        Nesta classe, as fomas predominantes e sexuadas são bonitas medusas de coloridas, popularmente chamamos de "águas-vivas". Os pólipos são pequenos e correspondem à fase assexuada.
        As medusas têm formato de sino e são diferentes das do grupo dos hidrozoários.  Podem  alcançar  de  2 a 40cm de diâmetro, a gigante desse grupo situa-se no Atlântico, que pode chegar a ter 2m de diâmetro. No caso da  espécie  Aurelia  aurtita,  a  fecundação  é  interna. A plânula nada durante um tempo e origina um pólipo fixo, o cifistoma, esse pequeno pólipo é a geração assexuada e se reproduz por um processo conhecido por estroblização. Nesse processo, fragmentações sucessivas do corpo do pólipo formam uma pilha de discos que permanecem amontoados uns sobre os outros. Esses discos são chamados de éfira, eles se destacam após certo tempo e origina uma nova medusa, assim, fecha-se o ciclo.

Os Antozoários

        Anêmonas e corais são os representantes mais conhecidos dessa classe.
A forma dos corais é variada, alguns possuem formato de pequenas árvore, outros possuem formato escultural, e ainda alguns possuem formato de cérebro.
        Os antozoários se reproduzem por brotamento ou fragmentação. A reprodução sexuada envolve a formação e fusão de gametas e habitualmente existe uma larva  (plânula) acontecendo na fase adulta. Como nesta classe só há a forma de pólipo, não existe metagênese, após a reprodução sexuada, as plânulas se diferenciam em novos pólipos.


3 - PLATELMINTOS

        Os platelmintos são vermes de corpo achatados (em forma de fita) dorciventramente.
Eles têm vida livre e são encontrados na água doce ou salgada ou ainda em terra úmida; alguns são parasitas, causando doenças em seres humanos e em outros animais.

A Planária

        O estudo dos platelmintos pode ser feito a partir de um padrão, no qual usaremos a planária. As planárias podem viver em lagoas e riachos de pequena profundidade.
        A primeira grande novidade deste grupo é o aparecimento de  simetria bilateral. Na planária, isto é evidenciado por uma região ventral mais clara, que se apoia no substrato, e outra dorsal mais escura, que possui duas formações correspondentes aos "olhos".
        Outras características marcante é a cefalização: a existência de uma "cabeça" como centro de comando do corpo, onde estão localizados os neurônios responsáveis pela organização dos gânglios  "cerebróide"  que funcionam como cérebro da planaria. A percepção da luz é função dos "olhos", enviando estímulos ao "cérebro" que aciona a musculatura do animal e possibilita seu afastamento da fonte luminosa.

Alimentação e Digestão

        O tubo digestivo da planária é incomplete, ao contrário do que se pode esperar. A boca não é encontrada na cabeça, ela surge no meio da região ventral e fica na ponta de um tubo musculoso protátil, a faringe. O intestino possui três ramos principais : um que se dirige para a extremidade anterior e dois que se dirigem para extremidade posterior. Os três ramos são altamente ramificados, representa uma exelente adaptação para a difusão de alimento para todas as células corpóreas. Isso é bastante importante, já que as planárias não possuem sistema circulatório. O intestino (amplamente ramificado) é, um órgão de digestão, absorção e distribuição de alimentos.

A Excreção e as Trocas Gasosas

        Pela primeira vez,surgem estruturas especializadas na osmorregulação e remoção de resíduos tóxicos. Dois cordoes laterais se abrem na parede do corpo e despejam o excesso de água que penetra (por osmose) no corpo da planária.
Esse excesso, é removido por células especiais globosas que contêm uma porção em forma de tubo, no interior do qual vários flagelos ficam em constante batimento. esses batimentos recebem o nome de batimentos flagelares (lembram o piscar de uma chama de vela, motivo que dá o nome de células- flamas). Acredita- se que a principal função das células-flamas seja a de remover o excesso de água, provavelmente, também removem amônia e sais.

REPRODUÇÃO DAS PLANÁRIAS

Reprodução Assexuada

        Pode ocorrer por simples fragmentação, duas metades, aos poucos, reconstituem  as  porções  faltantes,  sendo  que  o  fragmento anterior reconstitui o posteriorcom maior rapidez.

Reprodução Sexuada

        Também é de grande ocorrência entre as planárias. Duas planárias se encostam ventre a ventre e trocam espermatozoides, que são armazenados em vesículas apropriadas. Após trocarem gametas, elas se separam. Ocorrem as fecundações internas dos óvulos e cada animal deposita pequenos ovos junto á vegetação existente. Em cada ovo existe um embrião em desenvolvimento, do qual emerge uma planária. O desenvolvimento é direto, pois não   há larva.


4 - NEMATELMINTOS

        São vermes de corpo em forma de fio. Esses organismos pertencentes ao filo Nemathelminthes, também conhecidos como nemátodos ou nematóides. Têm o corpo cilíndrico, alongado e liso, o tubo digestivo é completo e termina no ânus (característica que aparece pela primeira vez).
        Os nematelmintos conquistaram os habitats marinho, dulcícola e terrestre. Embora haja muitos representantes de vida livre a maior parte é parasita de praticamente todos os tipos de plantas e animais.

A Lombriga

        A lombriga é um representante típico do filo dos nematelmintos.
Uma doença muito comum no homem é a ascaridíase, causada pelo Ascaris lumbricoides, a lombriga. Seu corpo pode ser considerado um tubo dentro de outro tubo, o tubo externo é a parede do corpo e o interno é o intestino retilíneo, que se estende da boca até o ânus.
Entre esses tubo existe uma cavidade, o pseudoceloma, onde se localizam vários órgãos, e um líquido que favorece a remoção de toxinas.
        A parede do corpo é revestida por uma cutícula espessa, freqüentemente, durante o crescimento essa cutícula é trocada. A locomoção de um lombriga é pouca. Suas células musculares são simples e permitem apenas movimentos de flexão, por isso esses vermes são sempre vistos enrolados sobre si.

Reprodução dos Nematelmintos

        Os sexos são separados.A fecundação é interna,de modo geral ocorre postura de ovos e o desenvolvimento é indireto, com estágios larvais.


5 - ANELÍDEOS

        Os anelídeos são vermes de corpo alongado e cilíndricos e divididos em anéis encontrados em ambientes terrestres, marinhos e dulcícola.
        As estruturas excretoras, nervosas, digestivas etc. se repetem internamente em cada segmento, também chamado de metâmero, por isso, dizemos que o corpo dos anelídeos é metamerizado. Os metâmeros sâo separados uns dos outros  por paredes divisórias conhecidas como septos.

Classificação do Anelídeos

Sâo três as classes mais importantes :
  • Oligochaeta - possui representantes terrestres (minhocas) e de água doce (tubiflex). Apresentam corpo uniformemente segmentado de cerdas  na região ventral; possuem uma porção bem diferenciada na região anterior do corpo, o clitelo, resultado da fusão de alguns segmentos, que desempenham importante papel na reprodução;
  • Polychaeta - com representantes predominantemente marinhos, possuem expansões  laterais  em  cada  segmento  do  corpo, os  parapódios, são dotados   de  muitas  cerdas  auxiliares  da  locomoção.  Os  organismos errantes deslocam-se livremente pelo solo oceânico e saem à procura de alimentos.
  • Hirundinea ou Achaeta - é representada pelas sanguessugas, são encontradas em meio aquático ou terrestre, elas não possuem cerdas, possuem citelo. As sanguessugas, no passado, eram usadas para extrair sangue das pessoas doentes.
Minhoca

        Usaremos a minhoca como "anelídeo padrão" para podermos estudá-los melhor.
        A Pheretima hawayana (minhoca) tem em sua região dorsal,uma linha mediana escura, que se estende da extremidade anterior à posterior, é o vaso sangüíneo dorsal reveladorda existência de sistema circulatório. Nele o sangue circula de trás para frente.
        Na região ventral, mais clara, pode- se ver outra linha mediana que corresponde ao vaso sangüíneo ventral. Este vaso flui em sentido contrário, de frente para trás.
        O sangue é vermelho, contendo hemoglobina. Não há glóbulos vermelhos. O vaso dorsal é contrátil.O sangue é impelido para frente e atinge o vaso ventral por meio de quatro pares de vãos laterais de ligação, também contrateis, considerados os corações laterais da minhoca. É um sistema circulatório fechado. o sangue nunca abandona os vaso e as trocas entre eles e os tecidos ocorrem pelas paredes dos capilares sanguíneos. A pele da minhoca é constituída de uma epiderme revestida por uma fina cutícula, mucosa de glândulas espelhadas pela parede do corpo. A humidade do solo em que vive, também contribui para o humidecimento da pele e facilita a troca de gases. Se passarmos a mão pela região ventral, poderemos sentir certa aspereza da pele, decorrente da finíssima camada de cerdas.

Digestão

        O tubo digestivo da minhoca é completo. À boca, segue de uma faringe sugadora de alimento, continuada por um longo esôfago, no meio do qual surge uma moela, que tem por função triturar os alimentos. Após o esôfago, o tubo digestivo começa a se alargar e constitui um longo intestino, que se abre no ânus.
        Antes  do intestino existem os chamados cecos intestinais, bolsas de fundo cego que apliam a superfície de absorção de alimentos. Outro recurso destinado a ampliar a superfície de digestão e absorção do intestino é uma dobra chamada tiflossole, um pregueamento para dentro da parede intestinal,que aparece depois do ponto de surgimento dos cecos.

A Excreção

        A excreção da minhoca é feita a partir de unidades pareadas que se repe-tem na maioria dos segmentos, chamados  nefrídeos segmentos, cada um possui um funil ciliado (nefróstoma) mergulhado na cavidade celomática do segmento.
        Do funil emerge um tubo enovelado que perfura o septo do segmento se- guinte e termina em um poro que se abre na parede lateral. O funil recolhe substâncias do líquido contido na cavidade celomática, mas ao longo desse tubo, ocorrem reabsorçõesde substaâncias utéis.
        O produto de excreção é a uréia, outro fator de fertilização do solo já que é transformada em amônia, que pode ser aproveitada pelas plantas.

Reprodução das Minhocas

        A minhoca é hermafrodita, mas não faz autofecundação.
        Os espermatozoides amadurecem antes que os óvulos, o que é um recurso valioso para estimular a troca de gametas entre dois animais e favorecer a fecundação cruzada, gerando maior variabilidade nos descendentes.
        O aparelho reprodutor masculino é formado por testículos e glândulas acessórias, com tubulos condutores de espermatozóides. O aparelho reprodutor feminino consta de um par de ovários localizados no segmento anterior ao clitelo. Nos primeiros segmentos localizados na extremidade anterior existem vesículas, cada qual exteriorizando um poro, e conhecidas como receptáculos seminais.                 
        Esses receptáculos receberão os espermatozoides do outro e os amazenará até que ocorra a fecundação. Os espermatozóides de cada uma passam para os receptáculos da outra e lá são armazenados, inicia- se assim o amadurecimento dos óvulos que são liberados pelo poro genital feminino no interior de um casulo aberto em ambas extremidades e produzido pelo clitelo, em seguida os animais se separam.

Os Hirudíneos

        As sanguessugas pertencem à essa classe e são encontradas no mar, na água doce e em meio terrestre úmido. Do mesmo modo em que as minhocas, possuem corpo segmentado, clitelo e não têm cabeça diferenciada e muito menos parapódios. São hermafroditas e a reprodução é sexuada inclui os mesmos passos descritos para as minhocas. Não possuem cerdas, sendo por isso também chamadas de anelídeos aquetos, o corpo é levemente achatado dorsiventralmente.
        A principal diferença entre as sangussugas e os ouros anelídeos é a presença de  ventosas fixadoras, que funcionam como "desentupidores de pia", localizam- se nas duas extremidades do corpo, a da região anterior abriga a boca e possui alguns dentículos raspadores e a da extremidade posterior não abriga o ânus, que se abre antes do local em que está a ventosa.
        A maioria das sanguessugas, como o nome deixa claro, atua como parasita de outros animais. A locomoção delas se dá através de duas ventosas alternadamente, um mecanismo conhecido por  "mede-palmos".


6 - MOLUSCOS

        São animais de corpo mole, podemos citar alguns animais como exemplo: caracóis de jardim, caramujos, mariscos, ostras, lesmas, lulas e polvos.
        Muitos moluscos podem ter uma concha calcária única ou formada por duas metades articuladas revestindo seu corpo, que funciona como esqueleto externo (exoesqueleto). Internamente, um conjunto de órgãos, conhecidos como massa visceral, é coberto por uma dobra de pele chamada manto.
        A locomoção da maioria da maioria dos moluscos devido a um pé musculoso. Outros são rápidos, como lulas e polvos, que se locomovem graças à expulsão de jatos de água que saem de um cifão. Muitos, são fixo e grudados ao substrato, como as ostras e os mariscos.
        Podemos considerar o corpo dos moluscos composto por : cabeça, massa visceral e pé musculoso.

Classificação dos Moluscos

        Os moluscos são dividos em três grandes classes :
  • GASTROPODA - caramujos, caracóis, lesmas. Estão presentes na terra, na água doce e água do mar;
  • BIVALVIA - ostras, mechilhões, mariscos. Estão presentes na água do mar e na água doce;
  • CEPHALOPODA - lulas, polvos. Vivem em ambientes exclusivamente em ambientes marinhos.

Gastrópodos

        O caracol de jardim representa bem essa classe. Quando o caracol está se movimentando, é possível perceber o pé musculoso estendido, é uma verdadeira sola musculosa que,ao movimentar o animal deixa um rastro mucoso.
        Acima do pé existem os órgãos internos, cujo conjunto é conhecido como massa visceral. Tudo está lá : estômago, intestino, coração, rim, pulmão, etc. Toda essa massa visceral fica coberta por um manto. Esse manto acaba formando uma cavidade interna que atua como pulmão. Junto à cabeça, há um orifício por onde o ar penetra passando à cavidade pulmonar. Em gastrópodos aquáticos essa cavidade abriga uma brânquia.
Junto ao orifício respiratório existe um outro, ânus, para eliminação dos restos alimentares.
        A cabeça é outro importante componente do caracol, sendo o centro de comando e possui dois pares de tentáculos de função sensorial. Na ponta de cada tentáculo existe um olho.
        A boca é ventral, onde existe uma língua raspadora (rádula). A rádula é uma adaptação de folhas, pois a celulose precisa ser bem fragmentada antes de chegar no tubo digestivo.

O habitat e a Reprodução do Caracol

        Os caracóis de jardim sempre são encontrados debaixo de pedras, de madeiras e da         vegetação, pois esse habitat mais úmido reduz a possibilidade da perda de água por evaporação do corpo.
        Os caracóis de jardim são hermafroditas. Só que o animal não se auto-fecunda, é preciso outro com o qual ele possa se juntar e efetuar a troca de gametas masculinos.
De cada ovo surgirá um novo caracol, com a forma igual a dos pais, mas com características genéticas diferentes, como resultado de uma reprodução sexuada.

Circulação, Excreção e Coordenação Nervosa

        Os sistemas circulatórios dos gastrópodos é do tipo lacunar ou aberto. De um coração simples sai um vaso que distribui o sangue para lacunas, onde se farão as trocas de alimentos e de gases respiratórios com os tecidos. Daí o sangue retorna ao coração.
O sangue da maioria dos moluscos contém um pigmento respiratório chamado hemocianina.         
        A excreção é efetuada por rins simples. O sistema nervoso é basicamente constituído por pares de gânglios ligados às tres principais regiões: cabeça, massa visceral e pé musculoso.

Os Cefalópodos

        A classe dos cefalópodos incluem as lulas, os polvos, as sépias e os nautilus,  dotados  de  locomoção  de jatopropulsão, graças a eliminação de água, em jatos, por um cifão. A cabeça é muito modificada e rodeada, tem vários "braços" longos chamados de  tentáculos.
        A concha só existe nos nautilus que a têm enrolada, dotadas de várias câmaras, sendo que a última abriga o animal e as demais ficam cheias de gás, o que contribui para sua flutuação. Nas sépias, a concha é interna e constitui o chamado "osso de siba". Nas lulas, a concha interna é restrita a uma pena quitinosa leve. E nos polvos, a concha é inexistente.

A Forma do Corpo da Lula

        A cabeça, volumosa, sofre modificações consideráveis e fica rodeada de diversos "braços" longos, os tentáculos. O pé, também modificado passa a constituir o cifão. O manto envolve todo corpo, a massa visceral e a concha. Duas expansões laterais do manto em forma de nadadeira permite a natação suave da lula. Interna e lateralmente, na cavidade do manto existem duas brânquias que recebem continuamente água por oxigenação.

Sistema Circulatório

        Ao contrário dos demais moluscos, sistema circulatório da lula é do tipo fechado possibilita o desenvolvimento de maior pressão sanguínea, favore- cendo o metabolismo e permitindo maior rapidez do animal.

Cabeça e o Sistema Nervoso

        Dois olhos laterais permitem a construção de imagens. Muitos estudos revelam a sua semelhança com olho humano. O sistema nervoso é bastante desenvolvido. Uma organização ganglionar que se assemelha a um verdadeiro cérebro que permite a execução de atividades altamente elaboradas. Neurônios gigantes conectam o cérebro a diversas partes do corpo. Certos neurônios gigantes de lulas são muito utilizados nos estudos de neurofisiologia.


BioAjuda
Referências Bibliográficas:


Reino Animal. Portal Só Biologia. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioanimal.php>. Acesso em 03/02/2012. 


Reino Animalia. Portal Cola da Web. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/biologia/reinos/reino-animalia>. Acesso em 03/02/2012.
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